Podemos confomar-nos que somos racionais e por isso se "penso, logo existo" e questiono. Somos intrinsecamente motivados a pensar, a questionar, a mover-nos, mais que não seja para explorar, para pesquisar e procurar. Às vezes (para não dizer, todas as vezes) encontramos respostas que nos geram novos questionamentos. Instala-se um círculo, um circuito como se de ação-reação se tratasse. Não sei se reagimos aos outros, na medida em que são diferentes de nós, vivem num corpo e numa mente que não a nossa. Não sei se reagimos às coisas, seres animados e inanimados. Por vezes, prefiro acredito que não reagimos a nada exterior a nós, mas que reagimos a nós! As respostas externas tranquilizam-nos, na medida em que são palpáveis, observáveis, aos nossos olhos e aos olhares daqueles que nos rodeiam, dos mesmos ou outros que procuramos que validem as nossas observações, posições, opiniões. Não será isto uma busca mais interior do que exterior? O procuramos afinal? O
Um certo dia, um jovem olhava o profundo do mar. Sem olhar e sem ver o que via, foi interrompido por um belo passarinho. De penas coloridas, pequeno no tamanho e delicado nas palavras, o passarinho perguntou ao jovem: — Qual é o problema? Pensativo e sem palavras, o jovem levantou o olhar do mar, voltou o rosto para o passarinho e de olhar singelo, disse: —Esse é o problema. Para mim não há problema. O passarinho, acomodou—se no ombro do jovem para escutar. — Sabes passarinho, o problema é que não há problema. — respondeu o jovem. Não sei a que te referes. Estou vivo, respiro, falo, escuto, vejo, sinto, tenho dentro de mim o que necessito, por isso, não há problema mas todos me questionam, insistentemente, qual é o problema?! Terei que levar comigo, o problema dos outros? A forma como fazem as coisas ou como fariam se estivessem no meu lugar? Comunicar quando não quero, senão já há problema? Afinal, o que é isso? Incrédulo e pensativo, o passarinho respondeu: — Não te sei respo